Como pesquisar no grupo Memória Cunhense

Grupo Memória Cunhense, no Facebook.

O grupo Memória Cunhense conta com um acervo de 4 mil fotos históricas de Cunha e sua gente. Contém milhares de informações úteis a quem se interessa pela História local. Professores, estudantes, pesquisadores e interessados podem ter acesso à totalidade desse acervo digital porque o grupo é público.

No vídeo, fizemos um pequeno tutorial para quem tem interesse em pesquisar algum assunto no Memória Cunhense, pois como o grupo já existe há 8 anos, são milhares de postagens disponíveis, o que torna extremamente trabalhoso buscar aquelas mais antigas pelo mural, via barra de rolagem. O ideal é utilizar a ferramenta de busca que existe dentro do próprio grupo.

O tutorial foi feito utilizando um smartphone, que é a ferramenta mais usual para acessar o Facebook atualmente. Para quem pretende pesquisar utilizando um computador, o procedimento é um pouco diferente. Ao acessar a página do grupo, há na lateral esquerda várias guias (“Discussão”, “Membros” etc.). Abaixo da guia “Sala de vídeo” há uma caixa de pesquisa acompanhada pelo ícone da lupa. Para fazer a pesquisa, basta digitar o termo dentro da caixa de pesquisa e clicar na lupa, para que aconteça a busca nas postagens do grupo. Os demais procedimentos são iguais aos do smartphone.

Veja o vídeo com o tutorial no link abaixo:

https://fb.watch/6-9GaLpeOH/

Para acessar o grupo Memória Cunhense:

https://www.facebook.com/groups/484660608216797

Grupo Memória Cunhense: revivendo histórias e matando saudades

Muitas fotos antigas de Cunha e de seu povo podem ser encontradas no grupo Memória Cunhense.

Outono de 2.012. Os cunhenses, não só daqui, mas os dispersos por outras paragens, resolveram que era chegada a hora de invadir a rede social do Mark Zuckerberg, deixando juntar mato nas hortas de “colheita feliz” do Orkut. Cingidos com chapéu de palha e armados com enxada na cacunda partiram todos para o “Feice”. E assim que chegaram, trataram logo de colonizar o novo espaço virtual, demarcando o território com café, farinha, pinhão, preocupação com a vida alheia e muito “ar”, “er”, “ir”, “or”, “ur” para todos os lados. Porém, trouxeram consigo muitas postagens interessantes e saudosistas sobre Cunha e seu povo. Já que a Globo não mostra Cunha mesmo (nem quando houve o “L’Étape Brasil”, lembram?), nós mostramos. E do nosso jeito! Com muito sentimento envolvido, porque Cunha é nossa pátria e o nosso bairrismo interiorano “imporrrta, sim, senhorrr”.

E foi no meio de tantas postagens proveitosas e desencontradas que se ocultavam no feed de notícias e que desapareciam nos algoritmos da rede, que a doutora Vânia Zaccaro, “cunhêra raiz” e delegada de Polícia Civil, resolveu pôr ordem na casa. Teve então a ideia de criar um grupo que reunisse todas as postagens sobre Cunha. Para tal empreitada convidou o professor e escritor Victor Amato dos Santos, historiador e maestro da Banda Furiosa, para manter as publicações afinadas com o propósito do grupo. E chamou o Paulo Henrique de Campos Reis, que carrega no sangue a saga dos tropeiros, para transportar para o espaço virtual conteúdos que estivessem perdidos pelos sertões da rede social. E foi assim que, em 22 de junho de 2.012, foi criado o grupo Memória Cunhense com algumas dezenas de membros.

As primeiras postagens e colaborações foram feitas pelos próprios idealizadores, já que tudo aquilo era novidade para muitos e “nóis”, caipiras, somos ressabiados por natureza ante qualquer modernidade. O professor Victor já dispunha e publicara em seu perfil um riquíssimo material de cunhenses inolvidáveis de outrora (Tio Malaquias, Zé Veloso, Zé Varda, Seu Ubirajara, Tia Ção, Victor Amato & Maria Tereza Fornitano, entre outros). Então coube a ele inaugurar e abastecer o grupo nos primeiros dias, trazendo ao público a memória de tanta gente boa desta terra que, quando viva, era indispensável; e mesmo morta, é inesquecível. O Paulo Reis publicou o relato de seu pai, Sr. Roque Inácio, um dos últimos tropeiros de Cunha. E a Vânia resolveu aguçar a nossa memória gustativa, publicando a tradicional receita do bolinho de arroz, que tanto sucesso faz nas alvoradas da Festa do Divino, iguaria cunhense por excelência. A memória compreende várias dimensões do ser humano, passando, inclusive, pelo estômago.

À medida que o grupo ia crescendo e ganhando novos membros, o alcance das postagens se ampliava e novas contribuições foram surgindo. A quantidade de fotos e informações postadas aumentava diariamente. Os baús familiares foram se abrindo, fotografias antigas eram digitalizadas e lembranças diversas eram compartilhadas. A cada nova postagem, uma grata surpresa. Em cada surpresa, uma emoção. Para o cunhense ausente, que migrou, mas que manteve os laços afetivos, familiares e de pertencimento ligados a esta terra, relembrar é reviver. E reviver é sentir de novo. E assim, foto após foto, comentário após comentário, foi-se tecendo a memória coletiva de tanta gente dispersa e desencontrada, trazendo a lume o que foi olvidado, mas que não devia ter sido esquecido nunca. E quantos reencontros não aconteceram nos comentários? Reencontro com o passado, com o esquecido, com os parentes, com os amigos, com os lugares, consigo mesmo e com a comunidade. E quantos desses reencontros não começaram com a peculiar indagação: “Ocê é fio di queim?”. Frase-gatilho para despertar uma boa prosa e tantas reminiscências.

O professor Victor aponta que o sucesso do grupo se deve à seriedade e qualidade dos conteúdos postados, o que tornou o Memória Cunhense uma fonte de pesquisa para estudantes, professores, curiosos e interessados na História local, graças à “riqueza e precisão de informações nas publicações feitas nele quase que diariamente pelos participantes/colaboradores”, arremata.

Sem dúvida que o lançamento do livro “A História de Cunha”, pelo saudoso professor e historiador João Veloso, em setembro de 2.010, despertou o interesse dos cunhenses para com o seu passado e contribuiu para o surgimento de grupos de natureza memorialista e histórica. Sobre essa questão, o professor Victor acredita que o Memória Cunhense é um complemento ao livro do João Veloso, pois dá voz e vez ao povo cunhense para narrar a sua própria História. Esse pensamento converge com o objetivo da Vânia ao criar o grupo, pois conforme relato seu: “achei uma boa ideia reunir essas fotos, a maioria de anônimos ou pessoas que, embora não tivessem grande relevância para História oficial da cidade, estavam presentes no imaginário dos habitantes de Cunha”.

Foi também no Memória Cunhense que a ideia de se retificar a data de fundação do município de Cunha ganhou força e apoiadores, gerando muitos debates e questionamentos. Até que em 2.017, em um movimento encetado pelo professor Victor e respaldado nas pesquisas do historiador João Veloso, três audiências públicas ocorreram na Câmara de Cunha para debater a questão. Concluídas as audiências, um projeto de lei foi aprovado pelos vereadores e sancionado, posteriormente, pelo então prefeito Rolien Guarda Garcia, estabelecendo o dia 19 de março de 1.724 como data oficial de fundação do município de Cunha.

Em 2020, o grupo já contava com um acervo virtual de mais de 4 mil fotos, 50 mil comentários e mais de 7 mil membros que interagiam e colaboravam ativamente nas postagens. E tudo isso está acessível a todos, pois o grupo é público. O Memória Cunhense é único porque foi pioneiro e precursor de outros grupos similares em municípios vizinhos. É único porque tem cumprido à risca a sua missão de matar a saudade e fazer reviver o que foi esquecido. Continua firme e forte em seu propósito inicial de ser uma exposição permanente e aberta para as belezas da Cunha de ontem, de hoje e de sempre, pois, como disse o poeta:

” (…)

As coisas tangíveis

tornam-se insensíveis

à palma da mão.

Mas as coisas findas,

muito mais que lindas,

essas ficarão. “

Carlos Drummond de Andrade, in “Memória”.
Imagem da postagem da série “Hoje na História de Cunha”, da página Jacuhy. O fundo é formado por fotos que estão no acervo digital do Memória Cunhense.

Fontes:

Carlos Drummond de Andrade. Memória (poema). Disponível em: < https://www.escritas.org/pt/t/1779/memoria > , acesso em jun. 2020.

Grupo público Memória Cunhense (Facebook). Disponível em: < https://pt-br.facebook.com/groups/memoriacunhense/ > , acesso em jun. 2020

Relato escrito concedido pela Dra. Vânia Idalira Zaccaro de Oliveira, advogada, delegada e criadora do grupo (via Messenger). Guaratinguetá, junho de 2.020.

Relato escrito concedido por Victor Amato dos Santos, professor, historiador e criador do grupo (via Whatsapp). Cunha, junho de 2.020.

Imagens: Banco de imagens do grupo Memória Cunhense (Facebook).

Observações: Agradeço a contribuição e a gentileza da Vânia e do Victor por atender à solicitação da página prontamente, enviando os relatos que embasaram esta postagem.

Texto escrito originalmente para página do Facebook “História de Cunha” (atual Jacuhy), postado em 22 junho de 2.020.

Jacuhy chega a 3 mil curtidas no Facebook

Jacuhy atingiu 3 mil curtidas no Facebook! Oba! É pouco? Eu acho que não. Por ser tão restrita a Cunha e ao seu território; nem sempre, é verdade; mas majoritariamente é municipal a escala de suas postagens.

Muito obrigado a todos(as). É muito bom saber que não gosto de Cunha sozinho. E sigam curtindo, comentando, compartilhando. Criticando, discordando, sugerindo… Não sou dono da razão. Não existe Ciências Humanas sem discussão, sem um debate honesto e sincero. E nem Ciência sem contraditório.

“Universalizar o entendimento sobre o lugar onde se vive e atuar sobre ele: eis a missão principal da Geografia”

Aziz Nacib Ab’Saber (1924 – 2012)

Embora a página esteja mais voltada às curiosidades históricas, não pode se furtar às certas questões com a profundidade que elas merecem. E necessitam.

Jacuhy está aí para isso. Hic et ubique.

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